domingo, 18 de novembro de 2012


"Há cerca de um ano atrás eu implorei por férias de tudo, e quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Rezei para que Deus mudasse minha vida por completo, por que do jeito que as coisas andavam o final seria triste.
Implorei para sair de casa, mudar de universidade, fugir para bem longe. Estava disposta a deixar tudo para trás. 
E então, agora, como se Deus tivesse ouvido atentamente a minha prece, mandou-me para cá.
Deu-me um intercâmbio para o outro lado do Atlântico, deu-me a independência e a liberdade que eu sempre quis.
Talvez isso seja um milagre, pois não consigo enxergar tudo isso como resultado dos meus esforços. Talvez seja uma recompensa pelo ano terrível que eu tive, pelos momentos horríveis que eu passei, pelas tantas noites de choro incessante, pela dor agonizante de praticamente 365 dias desse último ano.
Há um ano eu quis ver-me fora de casa, longe dos meus pais, sem namorado, em outra universidade, numa cidade distante. E hoje eu tenho tudo isso. 
Agora vejo o quanto é difícil ter tudo o que você quis, de bandeja. Mas se Deus fez com que isso acontecesse é porque eu precisava passar por isso, precisava sofrer com a distância, com a saudade, com a carência, com a solidão. Precisava suportar noites frias sozinha, encarar os meus medos e me reencontrar.
Há poucas noites me vi sozinha e perdida, em uma terra distante, completamente sem amigos, e então chorei como há muito não chorava.
Mas agora eu pergunto-me porque chorar se eu tenho tudo o que eu queria? Pra que sofrer tanto se é tudo tão efêmero, tão volúvel.
Posso ter feito algumas escolhas erradas, e provavelmente as fiz. Posso ter desejado coisas que não deveria, mas agora não faz mais diferença.
Minha jornada continua, tenho mais 8 meses pela frente e não quero desperdiçá los pensando em como tudo seria se eu tivesse agido de maneira diferente, como seria se eu tivesse desejado menos do que desejei.
Ontem acordei renovada e percebi o quão ingrata estava sendo em não reconhecer que agora eu tenho tudo o que eu tinha desejado (e muito mais).
Eu precisava de um tempo só para mim, para colocar a cabeça no lugar, para refazer planos e metas, ter novos sonhos, e agora que eu o tenho, não vou jogá-lo fora por estar com saudade ou por não acreditar na minha força.
Hoje eu decidi aproveitar esse presente maravilhoso que eu ganhei, essa viagem fantástica, essa experiência única. 
Por mais que eu tenha crescido ouvindo que eu sempre desistia dos meus objetivos, dessa vez eu não vou desistir.
Vim aqui para recompor-me, renovar-me, encontrar o ponto de equilíbrio entre corpo, alma e coração. E não importa quais são os obstáculos que terei que enfrentar, nada será forte o suficiente para me derrubar desta vez.
Quando voltar para casa serei uma pessoa totalmente diferente e espero que algumas pessoas mudem também para que possamos estar em sincronia com as nossas mudanças."

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O destino me trouxe até aqui!


"E de repente eu estava na sala de aula, e próximo a mim estavam uns amigos do técnico, e outros do médio. Parecia ser um primeiro dia de aula normal, até que eu me deparei com um 'porquinho' de borracha e por um acaso me lembrei do nome dele, sem saber que eu o conhecia, e então quando citei esse nome para o seu dono, ele deu risada e disse que era ridículo e só uma pessoa idiota o chamaria assim.
Fiquei sem reação, não conseguia entender o que se passava, foi então que eu virei para o lado e perguntei para um amigo, sem a real intenção de que ele me ouvisse, "será que sou só eu que tenho a impressão de que isso tudo é muito familiar? Será que só eu que acho que isso já aconteceu?". E então ele me respondeu, "não você não é a única, outros também fizeram essa mesma escolha!".
Então suas palavras martelaram em minha mente, tentando se encaixar de alguma forma, "essa mesma escolha"?! Mas do que ele está falando? Que escolha é essa? Nada parecia fazer sentido, aquela sensação me soava por estranha demais. Era algo novo, algo inexplicável.
Viajei comigo mesma tentando encontrar algo que fizesse sentido, até que alguém me chamou, me fazendo voltar aquela 'realidade'. Estranhei por ele saber meu nome, apesar de eu saber muito bem o seu, mas naquelas circunstancias nada mais parecia ser o que realmente era.
E então ele me disse para que tentasse lembrar-me da escolha, que todos ali também tiveram que escolher, mas como cada um tinha uma visão diferente do mundo, cada um fez uma escolha diferente.
Ainda sem saber de que escolha estávamos falando, ele pediu para que eu lhe mostrasse o meu pulso. E novamente sem entender, arregacei a manga e virei para lhe mostrar. Foi aí que eu vi algo diferente, algo que não havia antes. Havia um sinal de positivo (+) tatuado em meu pulso. Ele mostrou-me o seu, havia o mesmo sinal. Ele falou para eu olhar o pulso de todas as pessoas antes que eu lhes falasse alguma coisa, e que naquele exato momento, olhasse o do dono do 'porquinho'.
Tentando não parecer mas estranha do que já tinha parecido, eu discretamente olhei para o seu braço, enquanto perguntava-lhe sobre coisas banais. Logo vi um ponto de interrogação (?) ao invés de um sinal positivo, mas ele parecia não o ver. Voltei para o fundo da sala e me sentei, tentando juntar os fatos para que pudesse lembrar da tal escolha. E novamente o meu amigo voltou-se a mim e disse que não estava surpreso por eu não estar entendendo nada, afinal o que havia acontecido superava os limites da mente humana. Então ele começou a me contar que no final do ano anterior as grandes autoridades haviam chegado à conclusão de que aquele ano deveria ser substituído, que ele não tinha sido um ano válido, mas que todos desconheciam o verdadeiro motivo. Por isso foi pedido a alguns alunos que se encarregassem de perguntar a escolha de cada um. Haviam apenas duas escolhas: na primeira tudo o que havia sido vivido, sentido, falado, presenciado, e descoberto, seria subitamente apagado da mente das pessoas, e elas nunca se lembrariam de que aquele ano havia passado, e na segunda, as pessoas se lembrariam de tudo, de cada momento, de cada palavra, de cada sentimento daquele ano, mas de qualquer modo o ano seria desconsiderado do calendário, e elas teriam de vivê-lo novamente.
Para saber quem havia feito cada escolha, as pessoas seriam marcadas com dois sinais distintos: um ponto de interrogação para aqueles que optassem por esquecer, e um sinal de positivo para aqueles que decidissem se lembrar.
Aí comecei a me lembrar do momento em que eu havia feito a escolha. Eu estava em uma salinha mal iluminada, haviam apenas 2 pessoas comigo, uma era meu amigo, a outra era uma das autoridades da escola. Fiz a minha escolha e fui ordenada a voltar à sala de aula, quando estava no corredor me lembrei de que havia esquecido o meu anel na tal salinha, então voltei para buscá-lo. Deparei-me com a porta entreaberta, havia uma menina na sala, estavam-lhe fazendo a mesma pergunta, lhe dando as mesmas opções, mas ela pareceu fazer uma escolha diferente, então lhe deram um copo contendo um liquido de cor violeta, e pediram para ela ir para outra sala.
Prendi-me apenas na escolha da menina. Como alguém escolheria se esquecer de tudo? E as amizades? E os sentimentos? Seria um ano jogado no lixo! Aquilo não me fazia sentido algum. Se bem que a situação por inteira não fazia sentido algum. Peguei o meu anel disfarçadamente e voltei correndo para a sala.
Sim, agora as coisas estavam se encaixando, não digo que as coisas começaram a fazer sentido, porque de fato não faziam, mas elas pelo menos estavam em um contexto.
Sai da minha lembrança e voltei para o presente. Olhei novamente para o meu amigo, e para o amigo em seu lado, ambos com o sinal positivo, ambos lembravam-se de mim.
Ainda em meu lugar, virei-me para frente e comecei a prestar atenção nas outras pessoas, era quase unânime, todos se desconheciam, todos tinham uma interrogação no braço. Aquilo era confuso demais, como alguém abriria mão assim de um ano da sua vida? Eu não ligava em vivê-lo de novo, mas jamais abriria mão de cada lembrança que eu tinha com aquelas pessoas. Como alguém poderia interferir no seu destino assim? Se Deus quis que tivéssemos vivido aquele ano, por que então deveríamos apagá-lo? Por que alguém haveria de querer isso? Ei não podemos mudar o que passou. não podemos mudar o nosso futuro, já está escrito. É o nosso DESTINO.
Mas então, vendo todas aquelas pessoas, que para mim eram tão familiares, tão íntimas, se tratando como desconhecidos, como simples 'colegas' de classe. Convenci-me ainda mais de que não fazia sentido. Por que uns se lembravam e outros não? Por que escolheram assim? Isso não é justo. Fiz um escolha para não perder tudo o que eu tinha conquistado, cada amizade adquirida, e eles escolheram me esquecer, nos esquecer, se esquecer.
Então comecei a achar que era eu quem havia interferido no meu destino, era eu que havia mudado a minha história.
Na volta para casa encontrei o meu pai e lhe perguntei a única pergunta que parecia existir dentro do meu ser naquele momento: Se você pudesse, você mudaria o seu destino?"

Essa frase pode parecer familiar para alguém!
Por algum motivo que eu não faço a menor idéia de qual seja, você foi a primeira pessoa em que pensei, as 3:36 da manhã! Mas como nada fazia muito sentido naquele momento, não tive condições de me perguntar o porquê! Alias, haviam muitos porquês a serem feitos...

Confuso? Sim, demais. Mas isso me fez pensar em muitas coisas.
Percebi que talvez se as coisas fossem do meu jeito, elas não teriam graça.
O sabor da vida está no inesperado, na surpresa de não se saber como será o amanhã.
Mas se me deparasse com essa escolha, não saberia o que escolher.

Se você pudesse, você mudaria o seu destino?
Mudaria as coisas que você já fez? Mudaria aquilo que há por vir ainda?
Se um dia te falassem que esse ano inteiro será esquecido pela humanidade, como se ele não tivesse existido, que o próximo ano entraria no lugar dele, por exemplo, se o ano de 2009 fosse apagado da mente das pessoas, 2010 passasse a ser 2009, e lhe perguntassem se você quer lembrar-se desse ano, de tudo o que aconteceu nele, das pessoas que você conheceu, dos amigos que você fez, mesmo que talvez essas pessoas não se lembrem de você, ou quer que sua memória seja apagada com a dos outros, o que você escolheria?

Trazendo pra minha realidade, será que vale a pena manter uma lembrança de alguém que talvez abra mão de lembrar-se de você?

Há muitas interpretações, como tudo nessa vida!

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